Esta experiência decorreu durante o desenvolvimento de um percurso de aprendizagem longo que decorreu em dois anos letivos diferentes. Na primeira parte do percurso os alunos recorreram a caixas diversas, com formas próximas de sólidos geométricos, para as agrupar definindo critérios de agrupamento, descobrir caraterísticas dos poliedros, identificar elementos constituintes e construir planificações. No ano letivo seguinte o percurso foi retomado com recurso ao GeoGebra para realizar atividades de natureza exploratória.
A tarefa
“Num primeiro momento, os alunos foram convidados, a pares, a descobrir este ambiente de geometria dinâmica. Nesta exploração construíram diferentes figuras 3D que partilharam e, após discussão coletiva, foram convidados a agrupá-las, segundo critérios que criaram. Um dos agrupamentos encontrados foi o dos poliedros e dentro deste, os sub agrupamentos de prismas e de pirâmides. De seguida, acordou-se em estudar as propriedades dos prismas, a partir do preenchimento a pares de uma tabela como a da figura, ainda não preenchida, mas que continha as representações de alguns prismas.” (p. 45)
Algumas reflexões
Destacamos as potencialidades da interação num ambiente de geometria dinâmica:
“— a representação 3D, em ambientes dinâmicos (idealizados e representados pelos alunos;
— a visualização de objetos dinâmicos (prismas representados pelos alunos e observados por eles de vários pontos de vista);
— a manipulação, que permitiu mexer e transformar os objetos (neste caso o esticar da representação;
— o desenvolvimento de diferentes representações que permitiu a percepção do objeto como um todo e a associação aos seus elementos (o retângulo como elemento do prisma, o quadrado como tipo particular de face retangular).” (p. 46)
“Este percurso de aprendizagem permitiu a vivência de situações que constituem desafios para a prática pedagógica do professor, como i) o acesso a representações de prismas não comuns e em posições pouco habituais; ii) a abordagem inclusiva da classificação de retângulos e da classificação de prismas; iii) a manipulação de representações dinâmicas ( esticar, aumentar os elementos, associar novos elementos), e iv) a oportunidade de agir sobre os objetos geométricos, criar novos objetos e desenvolver o conhecimentos sobre esse objetos.” (p. 46)
Para saber mais
Loureiro, C., Fernandes, S., & Moreira, H. (2022). Representações dinâmicas e interativas com o GeoGebra — construir, ver, transformar, pensar e discutir. Educação e Matemática, 166, 44-46.
Loureiro, C. (2023). Esticar objetos geométricos — Contributos para a formalização de um conceito intuitivo. Educação e Matemática, 169, 6-8.
Sem comentários:
Enviar um comentário